Para quem já leu outros livros do autor americano Dan Brown, “Inferno” é como ter um dejavú: o Protagonista Robert Langdon outra vez entra sem querer em uma aventura cheia de simbolismos, com perseguição por uma cidade histórica, acompanhado por uma mulher linda e inteligente na faixa dos 30 anos.
Entretanto, dessa vez, ao contrário de seus outros livros, Brown não ataca nenhuma sociedade ou organização secreta, ele tentou fugir um pouco de tantos clichês e escreve uma história de mistério baseado na obra clássica “A Divina Comédia” de Dante Alighieri, mais especificamente na primeira parte dela, onde poeta italiano descreve a descida do protagonista Virgílio ao Inferno.
A narrativa é cinematográfica, repleta de detalhes dos cenários, roupas, personagens, os pontos turísticos das cidades percorridas (começando por Florença e depois indo a outras cidades) e etc. Brown é um escritor que assumidamente faz grandes pesquisas para que os dados apresentados em seus livros sejam exatos, e até se você quiser acompanhar os monumentos e quadros que ele está descrevendo, pode ler com o google imagens aberto, pois realmente está tudo lá (pelo menos, enquanto não sai a versão ilustrada , é claro).
Mas por outro lado, Brown continua sendo um autor superficial, seus personagens não têm profundidade psicológica ou emocional, eles simplesmente vão seguindo a história, sem autorreflexões ou questionamento moral. Ele tenta, é verdade, fazer alguns comentários velados sobre filosofia, aumento populacional e ética nos avanços da engenharia genética, porém tal tentativa acaba sendo frustrada, uma vez que deixa o romance um tanto quanto confuso e sem um sentido - por exemplo, ao final do livro não se sabe exatamente se havia um vilão (ou vilões) o tempo todo, já que a impressão que se tem é a de que todos trocam de lado sem muitas explicações.
Quanto ao protagonista, Langdon, continua com sua mania de ter devaneios e lembranças de suas aulas de História da Arte e admirar a arquitetura de prédios e monumentos enquanto está sendo perseguido por alguém que pode mata-lo! Só que dessa vez sem o seu querido relógio do Mickey Mouse.
Daí, posso garantir que esse não é nem de longe o melhor livro do Dan Brown, serve como entretenimento para uma tarde tediosa de um sábado, é claro, todavia não é o tipo de livro que muda a nossa vida, como tantos outros conseguem fazer.
Para conferir a obra, por R$ 29,90 (21/09/2013), aproveite clicando abaixo: